Conheça melhor em que áreas a AACD atua:
Pesquisar este blog
06/12/2010
Sugestão para o Papai Noel que há em você!
Conheça melhor em que áreas a AACD atua:
18/11/2010
A impessoalidade nos acidentes
Já notaram que em boa parte das notícias que vemos nos meios de comunicação os acidentes de trânsito são relatados de tal forma que o 'fator humano' é praticamente deixado de lado. Carros, estradas, postes, chuva, curvas, etc. são apresentadas como as primeiras responsáveis pelos ocorridos... Quando falamos que 'um CARRO atropelou um pedestre' esquecemos que uma máquina não tem vontade própria (salvo em filmes de ficção), mas seus donos e condutores sim!
28/10/2010
Por quê???
Afinal, por que agimos de forma tão irracional? Por que nos expomos a riscos sem a menor necessidade e explicação aparente?
Tenho certeza que você já se fez essa pergunta após ler os jornais com manchetes denunciando finais de semana e feriados sangrentos em nossas vias. Engenheiros, políticos, educadores e órgãos de fiscalização acreditam que, sem desmerecer o outro, seria necessário dar mais valor para a sua área em questão, para aí então reduzir efetivamente os problemas em nosso transitar...
No entanto, lembro que mesmo em locais do mundo onde se conseguiu atingir bons resultados na qualidade do trânsito as 'tragédias' continuam existindo (em quantidade infinitamente menor do aqui, mas continuam existindo). A situação é mais assustadora quando olhamos para países em que o sistema de trânsito é ineficaz ou mesmo inexistente, nesses casos a situação torna-se quase insuportável.
Mas a questão que gostaria de abordar é o fato de que existe algo que parece escapar ao domínio do Estado a despeito de seus aparatos coercitivos. Há algo no humano que não pode ser educado de fora para dentro, existe algo que alguns (ou todos??) indivíduos levam consigo que foge da racionalidade. A sociedade sabe que existe limites de velocidade, por exemplo, mas eles não são respeitados. As pessoas sabem do perigo entre conjugar o álcool e a condução de veículos e mesmo assim dirigem sob efeito dessa substância. Diriam muitos (inclusive eu) que falta educação, fiscalização, leis, etc, e por isso ocorrem acidentes levando pessoas a perderem a vida todos os dias nas estradas e ruas do Brasil. Tudo bem, mas tem algo mais nessa história. O que nos leva ao perigo conscientemente? Para entendermos os problemas de nosso trânsito precisamos entender que o ser humano é composto também de 'irracionalidades' e incoerências do que somente lógica e coerência, se é certo que existe uma pulsão de vida, é certo também que há uma pulsão de morte.
A melhor tradução que encontrei para essa ideia foi em um trecho do conto: O Demônio da Perversidade, de Allan E. Poe. Reproduzo uma pequena parte desse conto, onde em uma alegoria da psique humana, Poe abre as portas de nossas fraquezas e tentações 'demoníacas'.
Penso ser possível estabelecermos relações com os riscos que nos colocamos ao transitarmos, sem muitas vezes nos atentarmos... Uma das mensagens de seu texto é que sem ajuda ficamos desamparados, nesse sentido a informação, a educação a fiscalização e, em geral, um forte sistema de trânsito são os amigos que nos podem livrar dos abismos!
"... agimos sem um objetivo compreensível; ou, se quisermos entendê-lo como uma contradição para dizer que, através de seu estímulo, agimos pela razão de que não deveríamos agir. Em teoria, nenhuma razão poderia ser mais irracional, mas, de fato, nenhuma existe que seja mais forte. Em certas mentes, sob determinadas condições, torna-se completamente irresistível. Assim como tenho certeza que respiro, sei que a consciência do certo ou do errado de uma ação é frequentemente a única força incontestável que nos impede para a sua realização; e nos impele isoladamente, sem nada mais o faça...É um impulso radical e primitivo - um impulso elementar...Segue-se então, que o desejo de estar bem deve ser excitado...~Paramos à beira de um precipício. Nossa visão se projeta para o abismo, somos tomados por uma assomo de náusea e vertigem. Nosso primeiro impulso é de nos afastar-nos do perigo. Sem a menos explicação, permanecemos ali. Lentamente nosso enjoo, nossa tontura, nosso horror se mesclam a uma nuvem de sentimentos indizíveis. Gradativamente, ainda mais imperceptível, esta nuvem toma forma, como o vapor que surgiu da garrafa de Aladim e formou o gênio nas Mil e Uma Noites. Porém desta nossa nuvem à beira do despenhadeiro, torna-se progressivamente palpável de uma forma muito mais terrível que a do gênio, muito mais horrenda que a de qualquer demônio lendário; e no entanto, é somente um pensamento, por mais amedrontador que seja, que nos gela até a medula dos ossos com a ferocidade inerente à delícia de seu pavor. É meramente a ideia de qual seria a nossa sensação durante o mergulho precipitado de uma queda de tal altura. E esta queda - esta aniquilação rápida - pela própria razão de invocar a ideia de morte nos faz agora desejar saltar vividamente. E uma vez que a nossa razão violentamente nos impede que cheguemos a borda, justamente por isso nos aproximamos mais impetuosamente...Deter-se, ainda que por um momento, na contemplação desse pensamento de saltar ou não, é estar inevitavelmente perdido... Se não houver um braço amigo que nos ampare, ou se não fizermos um esforço súbito para nos afastarmos do abismo, saltaremos e seremos destruídos"
26/10/2010
15/10/2010
Transgressões bovinas
Não vou entrar no mérito de qualidade, mas sim na possibilidade de comunicação transgressora e crítica no espaço de uma cidade que massifica e tende a homogenização coletiva. Transgredir na busca de novas perguntas é o oxigênio de uma sociedade viva.
07/10/2010
MAS QUE INVEJA!
29/09/2010
Em tempos de eleição
22/09/2010
Na cidade, sem meu carro
10/09/2010
Todo mundo se machuca quando você corre
Lá do outro lado do mundo a Austrália nos dá bons exemplos de como abordar de forma direta, porém, sem apelos as questões de trânsito. A campanha da Transport Accident Commission - TAC, Instituição governamental de Vitória segue a linha de mostrar a realidade, expondo 'verdades' sobre os acidentes. O fato é que os afetados pelas loucuras que ocorrem nas ruas vão além daqueles que sofrem lesões físicas ou morrem. Toda a sociedade em volta é afetada por esses acidentes.
Pais, irmãos, namorados, namoradas, socorristas, testenhumhas, amigos, enfim, TODO MUNDO SE MACHUCA quando você corre, é o que diz a campanha (Everybody hurts when you speed).
O endereço para a campanha em questão está logo abaixo, vai lá!
http://www.tacsafety.com.au/jsp/content/NavigationController.do?areaID=13&tierID=2&navID=3A3289227F0000010158C52C55F970A4&navLink=null&pageID=1550
31/08/2010
24/08/2010
Abraçando a vida
Existem discussões a respeito da eficácia ou não de campanhas educativas no trânsito. Penso que em boa parte das vezes o que acontece é um grande desperdício de tempo e dinheiro, pois, a complexidade das variáveis envolvidas nas questões de trânsito requer bem mais do que distribuição de folderes e algumas poucas vinculações de propagandas na televisão e no rádio. As soluções de nossos problemas nessa área, passam necessariamente, pela adoção de medidas simultâneas e permanentes em vários pontos como, por exemplo: Sistema coercitivo (leis e fiscalização), Sistema educacional (formação de condutores e população em geral) e Sistema econômico-social (mudança de cultura comportamental e de consumo).
20/08/2010
Os 'apaixonados' por carros e o quadrado
Agora, nada impede que críticas venham a ser feitas. Um exemplo que sempre citei em aula é o fato de que muitas pessoas têm paixão por carros. A mídia explora bem isso, vende e até cria slogans; " Apaixonados por carros, como todo brasileiro..." Ora, sou brasileiro, porém, nenhum pouco apaixonado por carros...
Mas tudo bem, no meu 'quadrado' algumas coisas têm mais importância que outras. A vida em primeiro lugar, por conseguinte, uma máquina não pode receber mais importância que as pessoas. Paixão, segundo o dicionário* é algo levado a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e a razão (penso logo na imagem do cara aí de cima**).
Nesse sentido, podemos entender melhor o porquê de tantas loucuras em nossas ruas. Pessoas matam e morrem pelos seus carros. Pequenos arranhões na lataria são encarados como ofensas imperdoáveis! Mas como somos 'brasileiros apaixonados por carros' tudo isso é compreensível, não é?
É preciso pensar e ter em mente que um hobby (gostar de carros), não pode ser mais importante do que uma vida ou a convivência com o outro.
* Novo Dicionário Aurélio.
16/08/2010
Transporte Público: A solução possível
O transporte público é a solução. Mas sempre é bom lembrar nossos prezados administradores públicos: Transporte público de QUALIDADE!
09/08/2010
Sem desculpas, por favor!
03/08/2010
30/07/2010
Para onde vão as calçadas quando morrem?
28/07/2010
Você sabe com quem está falando?!?!
Nesse momento escancaramos nossa fragilidade enquanto sociedade dita civilizada, pois, isso só ocorre por que cultivamos uma mentalidade aristocrática, conforme defende o antropólogo Roberto Da Matta. No trânsito, por exemplo, Da Matta lembra que reproduzimos valores de uma sociedade moderna, porém, atrelada ainda a um passado monárquico. Trata-se de um espelho de um país que se tornou republicano sem abandonar a aristocracia... O antropólogo comenta que existe uma cegueira em relação ao "outro", algo típico de sociedades estamentais nas quais aceita-se que há uma superioridade natural entre sujeitos. Sabemos que essa forma de pensar não combina com uma república democrática e acabamos por pagar o preço de não nos respeitarmos como indivíduos iguais perante as leis. Mais ainda, Da Matta reforça que por reproduzirmos sentimentos e posturas da epóca do Império não valorizamos a IGUALDADE como um valor a ser respeitado e ensinado desde cedo em casa e na rua. Lembremos que a nossa passagem de Monarquia para a República foi algo decidido por poucos e não um resultado de movimentos populares ou de um clamor pela população da época. Até meados do século XX, em muitos rincões do Brasil, ainda se acreditava ser Dom Pedro II nosso Rei! O fato é que nos, brasileiros, temos quase que no DNA a frase: "Sabe com quem está falando?!?!?" Nas ruas é claro esse sentimento de superioridade entre os condutores, que via de regra olham atravessado para os carros mais velhos ou de menor potência. Em uma escala de valores, os pedestres estão maus lençóis, pois, são vistos tal como os escravos eram vistos na epóca da monarquia. Não há senso democrático em nosso trânsito, muito menos a idéia de espaço público no sentido amplo da palavra: um local de todos e para todos.
Ocorre que ao transitarmos as regras de circulação pedem que todos sejam coerentes e obedientes a determindas regras, já que é necessário à preservação de vidas e é nesse momento que temos grandes problemas com aqueles que se acham melhores aos demais cidadãos. Essas pessoas se vêem como barões, viscondes, reis dentro de seus carros já que acham que as regras gerais não se aplicam a eles. A ideia de que quem respeita as regras de trânsito é um idiota ou um babaca , conforme diz Da Matta, é resultado desse pensar atrasado e anacrônico. Transitar com segurança exige respeito ao outro, respeito as diferenças e o mais importante, sentir-se igual aos demais em direitos e deveres. Exige democracia na prática e não esse regime esquisofrênico e belicoso que vigora em nossas vias o qual batizo de: CHAOS * motorizado.
*Controle do Homem por uma Aristocracia Obtusa e Sociopata motorizada.
21/07/2010
Amigos são estradas
20/07/2010
O Chapeleiro acha que está tudo bem...
19/07/2010
15/07/2010
A nossa imensa insignificância
"As nossas exageradas atitudes, a nossa suposta auto-importância a ilusão de termos qualquer posição privilegiada no Universo é mera ilusão... O nosso planeta é um grão solitário na grande e envolvente escuridão cósmica".
ver vídeo: http://static.ning.com/socialnetworkmain/widgets/video/flvplayer/flvplayer.swf?autoplay=off&config=http%3A%2F%2Fmyownlear.ning.com%2Fvideo%2Fvideo%2FshowPlayerConfig%3Fid%3D2133112%253AVideo%253A762%26ck%3D-&hideShareLink=1&isEmbedCode=1&v=201006161005&video_smoothing=on
*Do seu livro Pálido Ponto Azul (The Pale blue dot)
05/07/2010
22/06/2010
Movimento em todo lugar...
Diria, com um pouco de pretensão, que o impulso de ampliar e buscar novos horizontes contribuiu decisivamente em nossa constituição histórico-social. No entanto, não menos importante, a produção de expressões de cultura demarcaram definitivamente nossa singularidade na natureza. Um poema, uma dança, uma escultura, uma música entre outras tantas possibilidades de arte, por exemplo, nos fazem refletir, sentir e olhar novos horizontes e isso é, creio eu, uma exclusividade humana que vale a pena ser exercida e exercitada constantemente. Penso que é possível estabelecermos ligações entre cultura e o nosso transitar, visto que movimento é sinônimo de vida e cultura pode ser encarada também como o 'movimento' do sentimento e da alma humanana! Dessa forma, deixo uma sugestão de"exercício" dessa nossa humanidade: Apreciar uma obra de Van Gogh é ter a possibilidade de sentir plenamente o potencial humano de criação. Minha dica é apreciar o quadro A noite estrelada, essa obra dá uma boa ideia do que falo: beleza e profundidade inquietante que só a vida em movimento é capaz de produzir...
14/06/2010
Pedestres, esses abusados!
08/06/2010
01/06/2010
Sempre é bom lembrar!
18/05/2010
Até que enfim!
16/05/2010
Tecnologia nas travessias
Toda ideia que traz segurança ao trânsito é bem vinda e merece ser celebrada, e quando o foco é a segurança dos pedestres devemos ter um olhar mais atento ainda. Uma empresa americana desenvolveu um produto bem simples, porém, altamente útil, pois, possibilita aos condutores serem informados sobre a aproximação de pessoas em áreas de travessia. Quando o equipamento detecta que alguém irá cruzar a faixa, sinais luminosos são ativados automáticamente avisando que é preciso respeitar aquele espaço.
É um sistema que poderia salvar muitas vidas aqui em nossas cidades. Quer saber mais? Dê uma olhada no endereço abaixo.
http://www.migmasys.com/Pedestrian_Detection.html
12/05/2010
10/05/2010
Sistemas de transporte (alguns números)
Nova York 1.016 Km/468 estações;
São Paulo 62,3 Km;
Cid. México 220 Km;
Porto Alegre (trem de superfície) 33,8 Km/17 estações
Ciclovias:
Berlim 753 Km;
Paris 437 Km;
Bogotá 340 Km;
Rio de Janeiro (orla) 200 Km;
malha ferroviária do Brasil em:
1950: 38 mil Km (aproximadamente);
2005: 35 mil Km (aproximadamente).
fontes:
Dentatran / 2010
CET/Folha de S.Paulo
EPTC/Porto Alegre
ANTP
07/05/2010
Do que é feito o trânsito?
Um certo grupo de amigos meus, em um tempo passado, convencionou dizer que o Trânsito era formado por pessoas, pessoas e pessoas! Chegou a ser chato de tanto que isso foi repetido: pessoas, pessoas, pessoas...
Na época o que se queria era estabelecer um contraponto a visão recorrente de trânsito que resumia-se basicamente ao 'tripé': via-veículo e condutor. Esse paradigma poderia dizer, em breve resumo, que importado das ciências exatas, buscava isolar variáveis e verificar quais ações necessárias em cada ponto para sanar os problemas. Apesar de sua validade, esse modelo deixava muitas questões importantes sem resposta.
Na verdade, o que realmente nos intrigava (e creio que ainda hoje intriga) era a complexidade que as relações no trânsito geravam, dessa forma, entendíamos que haveria a necessidade de pluralizar o debate, ampliando os sujeitos a serem estudados. Além disso, percebemos que o trânsito constituía-se basicamente de pessoas e, portanto, o resultado das suas intenções e atos refletiria diretamente na forma dessas sociedades transitarem. Consumo, ética, valores morais, organização política, organização econômica, cultura, ecologia e tantos outros pontos foram atraídos para o nosso campo de interesse.
Por isso, quando me perguntam do que é feito o trânsito, respondo direto: De pessoas, pois sem elas as máquinas não existiriam, mas também completo: De pessoas, suas vontades e ações.
Pedalada Pelada?
Já houviram falar? Então vejam mais em: http://www.apocalipsemotorizado.net/2010/03/11/peladai-vos-uns-aos-outros-3a-pedalada-pelada/
Mais do que chocar, essas pessoas querem chamar a atenção para algo muito importante: A falência de nosso modelo de trânsito e transporte, principalmente nos centros urbanos. Conforme defende Luddista*:
" A Pedalada Pelada certamente questiona outros valores além da predominância dos motores nas ruas. Aceitar a bicicleta como um veículo legítimo e digno de respeito talvez não tenha relação direta com a quebra do falso-moralismo pré-histórico que ainda assola o Brasil... Talvez aceitar a nudez não sexualizada esteja tão distante quanto incorporar a bicicleta realmente ao cotidiano das cidades e das políticas públicas..."
* blog Apocalipse motorizado. Capturado em 05/05/2010.