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22/11/2013

Quando a garagem vira sala de estar





Mudar as perspectivas, mudar as formas de pensar e agir, isso muda o mundo. Fica a dica de leitura.

 Sinopse
Luis Patricio e sua esposa moram em Curitiba há mais de dez anos. Em 2007 eles venderam o único carro que possuíam e apesar das dificuldades na cidade, decidiram que fariam a maior parte de seus deslocamentos de bicicleta. Hoje, eles têm um casal de filhos, moram numa casa com uma garagem convertida em sala de estar ao ar livre e continuam sem carro. Este livro é um relato sobre essa opção de vida, como chegaram a ela e como ela afetou a vida da família. Além das experiências pessoais, a obra também inclui algumas dicas e informações úteis para qualquer pessoa interessada em saber mais sobre esse estilo de vida.

garagemQuem quiser o livro:

Preço: R$ 35,00

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CEF
Ag 1628
c/c 63-0 operação 003
CNPJ 06.987.053/0001-24
Em nome de: InVerso Comunicação e Marketing Ltda
Depósito e enviar  um e-mail para: informando data, hora e valor depositado.
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Para estas formas de pagamento, solicite mais informações no email: editorainverso@editorainverso.com.br


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21/11/2013

Quando um ponte aumenta a distância.


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   É a pura contradição: Pontes aumentando distâncias, dificultando acessos e aumentando isolamentos... 
    Ao analisar o trânsito em boa parte de nosso país, o que vemos é o reforço incondicional da "política do automóvel". Calçadas são devoradas por vias de rolamento, espaços para ciclistas são quase inexistentes e quando existem, via de regra, são mal projetados, mal sinalizados e mal conservados. Mas isso isso choca ainda mais quando vemos milhões de reais sendo gastos em obras de mobilidade que não geram mobilidade!
   Pedestres e ciclistas, diz nosso Código de Trânsito, devem ter total prioridade, visto sua fragilidade frente a carros, caminhões e outros veículos com motor. No entanto, para muitos gestores públicos, pedestres e ciclistas são problemas que infelizmente eles têm que conviver. O caso da ponte estaiada de São Paulo evidencia claramente o desrespeito com as pessoas, com aqueles que deveriam ter a prioridade.
 http://www.mobicidade.org/wp-content/uploads/2013/10/04-2-865x432.jpg


Fontes:   Failed Architecture    e   Mobicidade

20/11/2013

Restrição aos automóveis, caminho sem volta.

Mapa mostra área que será atingida Em Porto Alegre começou a ser debatido nesta segunda-feira (18/11) em período de Discussão Preliminar de Pauta da Câmara Municipal. A proposta, de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa (PT), delimita a restrição às seguintes vias: Rua Caldas Júnior, Rua Siqueira Campos, Avenida Júlio de Castilhos, Rua Dr. Flores, Avenida Salgado Filho, Rua Andrade Neves, Rua General Câmara e Rua dos Andradas. Segundo o projeto, o acesso de veículos automotores à área restrita poderá ser controlado por meio da instalação de pinos nas ruas e por câmaras de vídeo.

Mais informações no site de acompanhamento do projeto.

19/11/2013

Se você para na nossa vaga, nós paramos na sua

utad

   "Imagine-se como uma pessoa com deficiência física. Você está dirigindo e precisa parar em algum lugar, mas todas as vagas destinadas aos deficientes estão ocupadas – a grande maioria por carros de pessoas que não são deficientes. Para conscientizar a população portuguesa de que é errado estacionar nessas vagas se você não for deficiente físico, um grupo de cadeirantes resolveu fazer um protesto original.
Eles ocuparam todas as vagas de estacionamento de uma movimentada rua de Lisboa com cadeiras de rodas. Aos motoristas, confusos, deixaram apenas um recado, ironizando a desculpa dada por quem comete o erro de parar em vagas para deficientes: “só fomos ali e não demoramos nada”.

Mais em: http://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/se-voce-para-na-nossa-vaga-nos-paramos-na-sua/

27/08/2013

Caminhos gelados, mas belos.

     
    No sul do Brasil as estações do ano são um espetáculo à parte. Nesse inverno, na serra do Rio Grande do Sul, aconteceu a maior NEVASCA dos últimos 13 anos! Os caminhos e as paisagens mudaram, tudo fica mais bonito e também um pouco mais perigoso, mas compensa. Caminhos gelados e belos!


 




mais em clicrbs.

08/08/2013

Chineses mostram que é possível pensar diferente

     Pensar diferente, como já havia comentado,  é o que falta quando falamos em transporte público. A forma de gestão pública e privada necessita de oxigenação e novas perspectivas. A organização da sociedade não é a mesma de 40 ou 50 anos, o tempo trouxe mudanças no estilo de vida e as cidades têm novas conformações. No entanto, essa percepção parece não ter chegado aos operadores dos sistemas de transporte e o preço que pagamos é o caos diário em nossas ruas.
     Um bom exemplo, quando falo em pensar diferente, é a iniciativa chinesa que propõem 'matar dois coelhos com um tiro só', ou seja: reduzir dejetos poluentes (garrafas pet) e tornar acessível a mais pessoas o deslocamento no transporte público! Veja a reportagem que segue.
Máquina chinesa incentiva reciclagem e uso do transporte público

    Os usuários do metrô de Pequim, na China, podem pagar suas passagem de metrô com garrafas PET. Duas estações já possuem postos de troca e o objetivo é estender o projeto para todas as paradas do metrô e pontos de ônibus da cidade.
As máquinas carregam valores de acordo com o tamanho e tipo da garrafa. Com aproximadamente 15 garrafas, é possível se locomover por todas as oito linhas e as 105 estações disponíveis.

O projeto surgiu para tentar melhorar problemas da capital chinesa como a poluição, trânsito e lixo. A ideia é incentivar as pessoas a utilizarem o transporte público. O governo chinês também quer reciclar 70% dos resíduos até 2015.


Esse aí ter passe livre por um bom tempo!


 
Fonte: site catraca livre.

06/08/2013

Podem acreditar, amanhã será pior!


      

      Em novembro de 1959 a VW inaugura sua primeira fábrica no Brasil, já no início dos anos 60 uma forte campanha reforça a ideia de que o país cresce e que os transtornos gerados por esse crescimento não são ruins, bem pelo contrário, são 'problemas sadios'. Já há mais de 60 anos estávamos condenados a chegar onde chegamos; carros aos borbotões, ar poluído e tranqueiras crônicas.
  E mais uma coisa,  vendo essas propagandas e continuando essa lógica, meu lema é: hoje está bom, amanhã será pior...







30/07/2013

Porto Alegre amplia pontos para aluguel de bicicletas

    Porto Alegre terá, a partir da próxima sexta-feira, mais cinco estações para aluguel de bicicletas. Com isso, a Capital passará a contar com 28 pontos para a retirada de 280 veículos no total. Apesar disso, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) quer instalar, até setembro, 40 estações e 400 unidades.




     Os novos pontos estarão localizados na Rua Botafogo (esquina com Rafael Saadi), Rua República (esquina com Comendador Batista), Parque Harmonia (na Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, 300), Rua Santana (esquina com Venâncio Aires) e Praça da Matriz (em frente ao Theatro São Pedro).O sistema BikePoa já contabiliza 165 mil viagens.
     Os usuários podem se cadastrar no site do BikePoa, em aplicativos para smartphone (IPhone e Android) ou por celular convencional, via portal de voz, ligando para o fone (51) 4063-7711. O valor do passe mensal é R$ 10 e o diário R$ 5, podendo utilizar o sistema durante todo o dia, das 6h às 22h, nas duas modalidades.
      As viagens devem ser realizadas em até uma hora. Após esse tempo, há um intervalo de 15 minutos para possibilitar outras viagens, com a mesma ou outra bicicleta. O objetivo é dar rotatividade e manter as estações com bicicletas para todos os usuários.






25/07/2013

Risco de morte sobre 9 vezes de 30 km/h para 50 km/h

     Risco de morte sobre 9 vezes de 30 km/h para 50 km/h! Somente esse argumento bastaria para colocar fim em uma proposta de aumento de velocidade em vias urbanas. Mas, infelizmente, para reforçar a ideia de que boa parte de nossos políticos são incompetentes e mal assessorados (no mínimo!) vemos propostas pelo Brasil afora tentando aumentar os limites em vias urbanas.
     Questões de caráter essencialmente técnico são tratadas com uma irresponsabilidade assustadora. Essas figuras públicas perdem uma ótima oportunidade de ficarem caladas. Veja a matéria abaixo, do jornal Gazeta do Povo - Curitiba, e tire suas próprias conclusões. Aumentar o limite de velocidade em nossas vias é a solução?


20 km/h a mais fazem muita diferença

  Quando o veículo passa de 30 para 50 km/h, o risco de morte em caso de atropelamento sobe de 5% para 45%. Campanha defende zonas com limites menores de velocidade.


    Um leve toque no acelerador pode significar variação de 20 quilômetros na velocidade do carro e, mais do que isso, um grande salto nas estatísticas de atropelamentos letais. Quando o acidente se dá a 50 km/h em vez de 30 km/h, por exemplo, há uma elevação de 5% para 45% no risco de morte. Essa é uma das razões que levaram o jurista Luiz Flávio Gomes a iniciar uma campanha para criar nas cidades brasileiras zonas em que o limite de velocidade seja de 30 km/h em áreas residenciais ou escolares. A medida já é comum na Europa.
Gomes recorre às estatísticas para provar que a velocidade tem relação direta com mortes no trânsito, à razão de uma a cada 11 minutos. Porém, somos levados a confiar em demasia na nossa sensatez ao volante e a crer na segurança que o carro proporciona. A engenharia automobilística salva vidas e é capaz de amortecer impactos, mas as capacidades humanas continuam as mesmas, falíveis e limitadas frente ao inesperado.
Mesmo diante do imponderável, as pessoas não costumam pisar no freio. O brasileiro criou uma cultura de impunidade e um culto à velocidade no trânsito, avalia o coordenador do Programa Ciclovida, da Universidade Federal do Paraná, José Carlos Assunção Belotto. Como uma mudança de hábito não se processa tão rápido, ele salienta que só será possível mudar o comportamento dos motoristas com perseverança na fiscalização e punição dos infratores.
     Para o coordenador do Ciclovida, a “Zona 30” só teria sucesso se fosse acompanhada de campanha educativa e punição. O diretor de Fiscalização da Secretaria de Trânsito de Curitiba, Éder Carlos Rodrigues, concorda que educação é fundamental para mudar a cultura de associar o carro à velocidade e ao status social. Ainda segundo ele, nada mudará se não houver conscientização de que alguns quilômetros a mais podem causar acidentes de proporções irreparáveis.
Números
    Rodrigues dispõe de estatísticas para embasar seu argumento: em 2011 houve 18.736 multas em Curitiba por excesso de velocidade só em lombadas e barreiras eletrônicas, cujo limite de velocidade é de 40 km/h. As autuações subiram para 22.186 no ano seguinte. “Se não respeitam o limite de 40, imagina o de 30”, observa. Ele diz que na maioria das escolas de Curitiba o limite já é de 30 km/h, mas os motoristas reduzem a velocidade mais por causa dos obstáculos humanos que as crianças representam do que pela sinalização.
      Já para o psicólogo e pesquisador do comportamento no trânsito Fábio de Cristo, a velocidade nas vias públicas não tem causa apenas no motorista. “A pista também pode estimular esse comportamento, como, por exemplo, as avenidas largas e retas, que convidam a correr. Assim, o desafio das autoridades consiste em equilibrar as ações, que devem incluir tanto o motorista quanto a infraestrutura viária e a fiscalização”, diz.

16/07/2013

Verbo SER

Verbo Ser

Carlos Drummond de Andrade   

Que vai ser quando crescer?
Vivem perguntando em redor. Que é ser?
É ter um corpo, um jeito, um nome?
Tenho os três. E sou?
Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?
Ou a gente só principia a ser quando cresce?
É terrível, ser? Dói? É bom? É triste?
Ser; pronunciado tão depressa, e cabe tantas coisas?
Repito: Ser, Ser, Ser. Er. R.
Que vou ser quando crescer?
Sou obrigado a? Posso escolher?
Não dá para entender. Não vou ser.
Vou crescer assim mesmo.
Sem ser Esquecer. 


  O que você vai ser quando crescer?

Essa pergunta traz consigo bons questionamentos. Vejam bem, parto do princípio que já SOMOS alguém desde sempre. Não será em um futuro indeterminado que se dará a conquista da individualidade, isso qualquer criança já possuí, pois ela não será "alguém", ela é.  Nesse sentido, entendo que já sou "alguém" então, me basta poder construir, reinventar e transformar-me com minhas experiências, não separando passado e futuro, mas os entendendo como desdobramentos de nossa constituição. Drummond questiona: "Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?  Ou a gente só principia a ser quando cresce?"

     No futuro serei diferente do ser de hoje, isso é certo. No entanto, a pessoa que serei no futuro somente existirá por que foi construído no alicerce do eu de hoje!

     Quando pensamos em educar crianças como "motoristas do futuro" cometemos um equívoco. Não que ser motorista constitua em um crime, não é isso. O fato é que projetamos um futuro que limita as opções de escolha dos pequenos. Eles, não podemos esquecer, já são partes do trânsito! Eles já transitam pelas ruas, calçadas e rodovias desse nosso país. No futuro, com certeza eles continuarão por aí, mas talvez não sejam somente motoristas...

    Eles, já são seres que precisam de orientações (como transitar a pé, em bicicletas, como passageiros, uso do cinto, cadeirinhas, etc) e não "futuros qualquer coisa".

   Motoristas do futuro NÃO! 

   Pessoas do aqui e agora, que precisam de orientações de segurança e mobilidade. Orientações para que no futuro (caso seja necessário) quando resolverem dirigir, essas crianças não tenham que, relembrando o poeta, perguntar:  "Tenho de mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e jeito?"    Essas crianças, quando crescerem não devem mudar para serem motoristas. Devem ser elas mesmas, aquelas mesmas crianças que aprenderam uma educação de trânsito que as tenha ensinado a ter atenção aos riscos da rua, respeito aos mais frágeis, solidariedade e valorização da segurança. Isso ocorrendo, não precisaremos nos preocupar em formar "motoristas do futuro" eles estarão prontos desde sempre!    

 

 

Módulo de Didática

 Educadores de trânsito em oficina de especialização. Atividade de microensino, no módulo de Didática - julho de 2013.

Grupo 5

Grupo 6


Grupo 7
Grupo 8


Grupo 9




15/07/2013

Módulo de Didática.

 Educadores de trânsito em oficina de especialização. Atividade de microensino, no módulo de Didática - julho de 2013.
Grupo 1.

  Grupo 2.


Grupo 3.


Grupo 4


05/06/2013

A ética (no trânsito) e as velhinhas espiãs

   Somente um grupo muito especial de espiãs para desmascarar a total cara de pau de condutores de ônibus que ficam "cegos" nos pontos de parada que têm velhinhas.  Parece brincadeira (de mal gosto), mas ainda é preciso  multar e punir condutores profissionais (hahahaha) que se negam a fazer o básico: pegar passageiros!
  Mas o que ocorre nesse caso é ainda pior quando focamos pelo ponto de vista ético. A discussão vai muito além de simplesmente deixar o passageiro 'mofando' no ponto de espera, estamos tratando de preconceitos, negação de direitos e a talvez a mais grave de nossas chagas: a  falta de posturas éticas pela população (incluo todos: políticos, policiais, empresários, funcionários públicos, etc). 
 Mas o que é ÉTICA? Talvez um desses condutores pergunte enquanto estiver recebendo a sua merecida multa. Entre tantas definições, eu escolheria uma bem simples, bem conhecida, uma que tento levar como filosofia de vida:
                                  “Não faz ao outro o que não queres que façam a ti.”
   As velhinhas espiãs (veja mais aqui!) que a prefeitura do Rio está colocando para ajudar a flagrar esses infratores (isso é o mínimo que podemos falar de tais indivíduos) demonstram claramente o principal problema que assola nosso país, e por tabela também o nosso trânsito, é a TOTAL falta de introjeção de posturas éticas.  Somente uma ética cidadã, uma ética que valoriza o certo, o justo e deixa claro que o outro e as relações que estabeleço com esse outro é que podem me tornam mais ou menos humano. Ser realmente humano é ver no outro um ser de direitos tanto quanto eu.
  Esses condutores, flagrados ignorando velhinhas nas paradas, desconhecem valores básicos de ética e cidadania, esses condutores negam sua própria humanidade!  Esses condutores são, infelizmente, um  retrato horrendo da falta de ética em nosso país...

21/05/2013

Debate atrasado, demasiadamente atrasado...

Inseguros a qualquer velocidade! Carros no brasil (minúsculo mesmo!) são armadilhas.
Para variar, aqui no país da Copa, estamos começando um debate que está atrasado, no mínimo, uns 50 anos! Ralph Nader, nos anos 60, denunciou que nos EUA os veículos eram: "Unsafe at Any Speed", ou seja: Inseguros a qualquer velocidade. A denúncia sobre o descaso da indústria com relação às mortes e traumas que os carros estavam gerando causou enorme impacto na forma de pensar a segurança automobilística pelas indústrias. As megamontadoras foram obrigadas a conjugar lucro e segurança desde então. Mas aqui, no país da Copa e da Olimpíada o lucro fala mais alto. Aqui, a vida não tem valor, ou melhor, vale bem menos que a vida de um americano, ou europeu... Veja o que diz aLatin ncap: " um airbag custa míseros 50 dólares para ser produzido, ou seja, sua vida vale no máximo US$49,99". E mesmo assim esse equipamento não é adotado em toda a frota nacional. A indústria está se lixando e o governo desde muito tempo já sabe que nossos carros são carroças (Collor que o diga). No entanto, nada foi feito com a intensidade que se deve. Até mesmo um bom carro, como o Toyota Corolla vendido na Europa NÃO é mesmo vendido no Brasil! Os resultados dos testes de segurança são diferentes.
O europeu obteve 5 estrelas para adulto (incluindo os testes que não são feitos aqui) e 4 para criança, diferente do daqui com 4 estrelas adulto e UMA para criança. Triste, muito triste não é verdade?
Mais em: http://gearheadbanger.com/2012/01/03/inseguro-a-qualquer-velocidade-nossa-seguranca-parou-no-tempo/


10/05/2013

A resposta.

  Certa vez, em sala de aula, um aluno defendeu com grande ênfase que a resposta para o nosso trânsito estressante e congestionado seria simples: Bastava usarmos motos, as motos por serem pequenas e ágeis não contribuiriam para "trancar" nossas vias. A resposta para nossos problemas, segundo esse aluno, era a adoção da moto em massa pela população - simples assim-.
Congestionamento em Tapei.
   O problema, disse para a turma, não era especificamente a adoção da moto, mas o modelo de trânsito que estava presente nessa ideia. Li, já não lembro onde, que 'problemas coletivos requerem soluções coletivas', dessa forma, buscar socorro nas motos quando os carros de passeio já não conseguem mais transitar livremente é seguir a mesma fórmula já largamente aplicada e, consequentemente, chegar as mesmas respostas de sempre.

    O fato é que não existem soluções mágicas ou definitivas para os impasses (ou conflitos) provenientes dos desejos de locomoção das pessoas. É provável que ainda precisemos ver piorar muito a qualidade de nossa mobilidade para então nos darmos conta de que é necessário alterar perspectivas e mudar o modelo. Caso fosse médico, diaria que o remédio que usamos a décadas para uma doença já não resolve mais. Na verdade o remédio tornou-se veneno e está ajudando a acelerar a morte do paciente.
   Felizmente, ao final de nosso curso,  esse aluno 'repensou' sua posição com relação às motocicletas. Ele viu que em termos de mobilidade, A Solução (singular) não existe. Não foi o carro o salvador, não será a moto, a bicicleta ou a nave/carro dos Jetsons. Somos seres com interesses e necessidades muito amplas, pensar nossa mobilidade deve levar em conta isso, portanto digo que não existe UMA resposta, mas sim múltiplas opções, todas elas possíveis.   

08/05/2013

Quem sofre com a violência no trânsito?

A ONU, estabeleceu a década pela segurança no trânsito (2011-2020) como forma de concentrar esforços e mudar a situação trágica do trânsito no mundo. Um desafio enorme, principalmente em países como o nosso, mas que pode ser atingido, muitos lugares no mundo já provaram que isso é possível. Em nosso país, várias ações estão sendo desenvolvidas para atingir as metas propostas. O Detran/RS criou um blog para divulgar as notícias e ações que estão sendo realizadas. Leis estão sendo repensadas, maiores punições (rachas, alcoolemia, etc) vêm sendo propostas, enfim, parece estar ocorrendo uma alteração na perspectiva brasileira a respeito dos acidentes (que sabemos não serem realmente acidentes na maior parte dos casos).
Defendo a tempos que a mudança de comportamento é mais eficaz que qualquer lei, mas também entendo que leis são importantes para desencadear essas mudanças, então que sejam aperfeiçoadas no sentido de preservação de vidas. O relatório da ONU, sobre segurança no trânsito 2013 (Global status report on road safety 2013) demonstra, entre várias informações, que os mais afetados (respondendo a pergunta do título) pelas mortes e lesões no trânsito no mundo, são os mais pobres (países pobres e classes sociais menos favorecidas), os mais fracos (crianças e idosos) e os menos protegidos (pedestres, ciclistas e veículos de menor porte).
O Brasil, por estar integrado a essas ações da década pela segurança no trânsito, começa a fazer a sua parte (lento, como de costume, mas...).
O que acontece aqui em nosso país, acontece também ocorre em larga escala em muitas partes do mundo, a ONU projeta aproximadamente 1.240.000 mortos por ano em todo o planeta.  Dessas mortes, 90% ocorrem em países pobres ou em desenvolvimento!

09/04/2013

Aprender (esquecer)

Rubens Alves diz que: "O aprendido é aquilo que fica depois que o esquecimento fez o seu trabalho." Concordo plenamente! 
No meu caso, em especial, o esquecimento trabalha de forma quase desumana, sem cessar. As vezes penso que deveria negociar uma redução de carga horária com essa figura, mas infelizmente não consigo nunca marcar essa reunião...
Não penso que seja tão ruim assim esquecer certas coisas, acredito inclusive que tenhamos mais benefícios que problemas com a nossa produção em séria de esquecimentos. O 'esquecimento seletivo'  é uma espécie de sistema de proteção de nossa saúde mental. Imaginem a quantidade de bobagens a que estamos expostos diariamente, poder esquecer é uma dádiva! 
O problema é quando esse sistema de proteção da saúde mental começa a entrar em colapso e sai apagando de nossa memória saberes e APRENDIZADOS. Nesse caso, como uma doença autoimune, aquilo que poderia ser bom, passa a ser um grave problema. 
Em resumo, esquecer algumas besteiras, ok! Esquecer aquilo que aprendemos e torna a nossa vida melhor, não! 


     Quando falamos de nosso transporte público, mais especificamente dos ônibus, verificamos que a forma de gestão/administração desse sistema é praticamente a mesma nos últimos 40 ou 50 anos. Desenvolvemos uma expertise, um acúmulo de saberes e essa forma (ou fórmula de gerir) se repete por décadas a fio, com um ou outro pequeno ajuste. A crítica que faço é que realmente APRENDEMOS UMA FORMA de administrar os sistema de ônibus, mas não podemos ESQUECER que mudar é uma necessidade, uma questão de sobrevivência...

Achava-se (e ainda muitos acham) que:

   Os usuários de transporte público não teriam outra opção, a não ser usar o ônibus;
   Os investimentos nas vias sempre poderiam ser ampliados;
   O preço da tarifa do ônibus deveria poder pagar todos os custos de operação;
   Os usuários não tinham poder de organização;
   A qualidade não era um dos principais fatores levados em conta pelos usuários;
   O transporte público é um mal necessário;
   O transporte público é para a população menos abastada (pobre).

 Mas é preciso lembrar que:

  O usuário na verdade é um cidadão/cliente;
  A concorrência com o carro é desleal e insustentável a longo prazo;
  As vias públicas tem limite de expansão e investimento;
  Os custos do não uso do transporte público são maiores do que o de seu uso;
  A população/sociedade organizada pode e deve influir na gestão do transporte;
  Sem qualidade não há transporte público viável;
  A forma de gestão atual do transporte público chegou a seu limite, novos modelos são urgentes.

      É hora de novos aprendizados, novos saberes estão sendo construídos em várias partes do mundo na forma de pensar a mobilidade. É o momento de falar e colocar em prática outros paradigmas. Por exemplo:

"A ideia de gratuidade no transporte vai contra tudo o que nos disseram sobre o assunto aqui no Brasil, a saber: sem pagamento, o sistema ficaria sem recursos, e em algum momento se tornaria inviável. Mas existem teóricos e administradores públicos que defendem que é economicamente viável – ou até preferível – que as pessoas não paguem por ele.
As vantagens de não se cobrar pelo uso de trens e ônibus são várias: promoção de uma certa justiça social, já que o peso do pagamento de transporte público é grande para a população mais pobre, que é a que mais precisa dele; redução da emissão de poluentes; menos poluição sonora; redução do uso de combustíveis fósseis; diminuição dos gastos em obras viárias, já que o carro seria menos necessário; aumento do uso do espaço público, pois as pessoas precisariam andar mais nas ruas para usar o transporte; eliminação dos gastos com o sistema de cobrança, entre outras.
Em Châteauroux, cidade de 49 mil habitantes, a média de uso do ônibus era de 21 viagens por ano, contra uma média de 38 em outras cidades pequenas da França. Depois da implementação da gratuidade, esse número saltou para 61 viagens por ano. Em Hasselt, o uso do transporte público subiu mais de 1000% desde que passou a ser gratuito." fonte: pragmatismo político

  
  Quanto maior a mobilidade em uma cidade maior é a oxigenação da economia, da política dos direitos e das possibilidades de crescimento de seus cidadãos. Novas perguntas nos levarão a novas respostas e novas soluções somente serão possíveis se tivermos a capacidade de esquecer o modelo atual e constituir algo novo em seu lugar.


25/02/2013

Mais e mais asfalto, será essa a solução?

“Tentar curar o congestionamento adicionando mais capacidade de tráfego, é como tentar curar a obesidade, soltando seu cinto.”   


  Reproduzo, logo abaixo, trechos de uma postagem feita no Blog Vá de Bici. Seria de grande importância que o conteúdo dessa postagem fosse divulgado. Nesse texto, o blogueiro expõe uma verdade que é clara já em muitos lugares do mundo: Não adianta expandir as vias urbanas e rurais ad infinitum, pois o número de carros sempre irá saturar o uso das mesmas... Infelizmente, como quase tudo por aqui nos trópicos, há uma defasagem de décadas entre a atitude dos governos e os avanços que as políticas públicas  poderiam nos oferecer desde já.   

  Continuamos com o mesmo pensamento dos anos 50, 60 e 70, quando desenvolvimento era sinônimo de carro na rua e asfalto goela abaixo. Os estudos, já consolidados, sobre o tema mobilidade demonstram que as experiências de supermotorização de uma sociedade não se caracteriza como uma solução sustentável, bem pelo contrário. Poluição, obras caras e redução dos espaços verdes das cidades são alguns de seus efeitos colaterais. Pensar novas formas de organização do espaço e de mobilidade é questão de sobrevivência saudável e perene para todos. 

 

"...Há um problema muito mais profundo do que a forma como as vias são construídas e geridas.  É a questão de por que ainda construímos ruas em primeiro lugar.
A simples verdade é que a construção de mais ruas e ampliação das ruas existentes, quase sempre motivadas pela preocupação com o tráfego, não faz nada para reduzir o tráfego. No longo prazo, na verdade, aumenta o tráfego. Esta revelação é tão contra-intuitiva que vale a pena repetir: a adição de faixas torna o trânsito pior. Este paradoxo foi imaginado, já em 1942 por Robert Moses, que percebeu que as vias que ele construiu em Nova York, em 1939, estavam de alguma forma gerando maiores problemas de trânsito do que os que existiam anteriormente. Desde então, o fenômeno tem sido bem documentado, principalmente em 1989, quando a Associação dos Governos do Sul da Califórnia concluiu que medidas para ajudar o trânsito, sejam elas o acréscimo de pistas, ou mesmo a criação de vias de dois andares, não teria mais do que um efeito cosmético nos problemas do trânsito de Los Angeles. O melhor que se poderia oferecer era dizer às pessoas para trabalhar mais perto de casa, o que é precisamente o que a construção de vias expressas tenta evitar.
Do outro lado do Atlântico, o governo britânico chegou a uma conclusão similar. Seus estudos mostraram que a capacidade de aumento de tráfego leva as pessoas a dirigir mais – muito mais – de tal forma que metade de todas as economias de tempo geradas por novas ruas são perdidas no curto prazo. No longo prazo, potencialmente todas as economias devem ser perdidas. Nas palavras do ministro dos Transportes, “O fato é que não podemos resolver os nossos problemas de tráfego através da construção de mais vias”.² Enquanto os britânicos responderam a esta descoberta cortando drasticamente os orçamentos para construção de novas vias, tal coisa não pode ser dita sobre os americanos.
Não há falta de dados concretos. Um recente estudo da Universidade da Califórnia em Berkeley que abrangeu 30 municípios da Califórnia entre 1973 e 1990 constatou que, para cada aumento de 10 por cento na capacidade de estrada, o tráfego cresceu 9 por cento no prazo de quatro anos.³ Como evidência anedótica, basta olhar para os padrões de trânsito nas cidades com caros sistemas de vias expressas. O jornal USA Today publicou o seguinte relatório sobre Atlanta: “Durante anos, Atlanta tentou afastar os problemas de tráfego através da construção da maior quantidade de quilômetros de auto-estradas per capita do que qualquer outra área urbana, exceto Kansas City… Como resultado da expansão, os habitantes de Atlanta agora dirigem uma média de 50 quilômetros por dia, mais do que os moradores de qualquer outra cidade”. Este fenômeno, que agora é bem conhecido para os membros do setor de transporte que desejam reconhecê-lo, passou a ser chamado de tráfego induzido.
A mecânica por trás do tráfego induzido é elegantemente explicada por um aforismo que vem ganhando popularidade entre os engenheiros de tráfego: “Tentar curar o congestionamento adicionando mais capacidade de tráfego, é como tentar curar a obesidade, soltando seu cinto.” Uma capacidade de trânsito maior faz com que trajetos mais longos sejam menos penosos, e, como resultado, as pessoas estão dispostas a viver cada vez mais longe de seu local de trabalho. Quando um número crescente de pessoas toma decisões semelhantes, o trajeto de longa distância fica tão congestionado quanto o centro da cidade, os passageiros clamam por faixas adicionais, e o ciclo se repete. Este problema é agravado pela organização hierárquica das novas vias, que concentram o trânsito no menor número de ruas possível.
O fenômeno do tráfego induzido funciona em sentido inverso também. Quando a via expressa West Side Highway de Nova Iorque, entrou em colapso em 1973, um estudo do NYDOT mostrou que 93% das viagens de carro perdidas não reapareceram em outro lugar, as pessoas simplesmente pararam de dirigir. Um resultado semelhante acompanhou a destruição da Freeway do Embarcadero de San Francisco no terremoto de 1989. Cidadãos votaram para remover a rodovia totalmente, apesar das advertências apocalípticas dos engenheiros de tráfego. Surpreendentemente, um recente estudo britânico descobriu que a remoção de ruas no centros das cidades tendem a impulsionar as economias locais, enquanto novas vias levam ao aumento do desemprego urbano. A idéia da construção de estradas como forma de estimular a economia já era.
Se vamos discutir o trânsito com responsabilidade, primeiro deve ficar claro que o nível de tráfego que os motoristas vivenciam diariamente, e que lamentam tão veementemente, só é tão alto quanto eles mesmos estão dispostos a tolerar. Se não fosse, eles iriam ajustar seu comportamento e se mudariam, compartilhariam carros (carpool), usariam o transporte coletivo, ou simplesmente ficariam em casa, como alguns optam por fazer. Quão cheia está uma via em determinado momento representa uma condição de equilíbrio entre o desejo das pessoas de dirigir e a sua relutância em enfrentar o trânsito. Como as pessoas estão dispostas a sofrer excessivamente no trânsito antes de procurar alternativas – outras que não exigir mais vias – o estado de equilíbrio de todas as ruas movimentadas é ter um trânsito que pára e acelera constantemente. A questão não é quantas pistas devem ser construídas para aliviar o congestionamento, mas quantas pistas de congestionamento você quer? Você é a favor de na hora do rush ter quatro pistas de congestionamento, ou dezesseis?
Esta condição é melhor explicada pelo que os especialistas chamam “demanda latente”. Como a verdadeira restrição a dirigir é o trânsito, e não o custo, as pessoas estão sempre prontas para fazer mais viagens quando o trânsito desaparece. O número de viagens latentes é enorme – talvez 30 por cento do tráfego existente. Por causa da demanda latente, acrescentar pistas é inútil, uma vez que os motoristas já estão preparados para usá-las.4
Embora o atordoante fato do tráfego induzido já seja bem entendido pelos engenheiros de tráfego esclarecidos, ele poderia muito bem ser um segredo, tão mal que tem sido divulgado. Os modelos de computador utilizados pelos consultores de trânsito nem sequer o consideram, e a maioria dos diretores de obras públicas nunca ouviu falar de nada disso. Como resultado, do Maine ao Havaí, os departamentos de engenharia municipais, distritais e mesmo estaduais continuam a construir mais vias na expectativa de aumento do tráfego, e, ao fazer isso, criam esse tráfego. O aspecto mais penoso dessa situação é que estes construtores de estrada, nunca se mostraram enganados, na verdade, eles sempre se mostraram “certos”: “Você vê,” eles dizem, “eu te disse que o tráfego ia aumentar.”
As ramificações são bastante inquietantes. Quase todos os bilhões de dólares gastos na construção de estradas nas últimas décadas alcançaram apenas uma coisa, que é o o aumento da quantidade de tempo que devemos gastar em nossos carros todo dia. Norte-americanos agora dirigem o dobro de quilômetros por ano, se comparado a apenas 20 anos atrás. Desde 1969, o número de milhas de viagens carros tem crescido quatro vezes a taxa de população. E nós estamos apenas começando: funcionários federais de trânsito prevêem que nos próximos anos 20 o congestionamento vai quadruplicar. Ainda assim, cada congressista, ao que parece, quer uma nova estrada para o seu crédito.
Felizmente, alternativas para a construção de estradas estão sendo oferecidas, mas são igualmente equivocadas. Se, como agora fica claro para além de qualquer dúvida razoável, as pessoas mantém um equilíbrio de trânsito no limite do tolerável, então os engenheiros de tráfego estão perdendo seu tempo – e nosso dinheiro – em um novo conjunto de medidas paliativas que, na melhor das hipóteses, produzem resultados temporários. Estas medidas, que incluem vias com alta ocupação de veículos, pedágios urbanos, semáforos cronometrados, e “ruas inteligentes”, servem apenas para aumentar a capacidade das vias, o que faz com que mais pessoas passem a dirigir até a condição de equilíbrio do congestionamento retorne. Embora certamente causem menos desperdício do que construções novas, essas medidas também não fazem nada para resolver a verdadeira causa do congestionamento do tráfego, que é o que as pessoas decidem suportar.
Temos de admitir que, em um mundo ideal, seríamos capazes de construir até acabar com os congestionamentos no trânsito. Um aumento do número de vias expressas em todo o país em 50% provavelmente superaria toda a demanda latente. No entanto, para fornecer mais do que um alívio temporário, este enorme investimento teria que ser feito junto com uma moratória sobre o crescimento suburbano. Caso contrário, as novas subdivisões, shoppings, parques de escritórios, cuja construção foi possível graças às novas vias acabariam por sufocá-las também. No mundo real, essas moratórias são raramente possíveis, é por isso que a construção de mais vias é geralmente uma loucura.
Aqueles que são céticos em relação à necessidade de uma revisão fundamental do planejamento de transportes devem prestar atenção em algo que vivenciamos há alguns anos atrás. Em uma grande sessão de trabalho no projeto de Playa Vista, um projeto de adensamento urbano em Los Angeles, o engenheiro de tráfego foi apresentar um relatório de congestionamento atual e projetado ao redor do empreendimento. Do nosso assento perto da janela, que tinha uma visão desobstruída da hora do rush de uma rua que ele diagnosticou como altamente congestionada e com necessidade de ampliação. Por que, então, o tráfego flui sem problemas, com quase nenhuma acumulação no semáforo? Quando solicitado, o engenheiro de tráfego nos deu uma resposta que deve ser registrada de forma permanente nos anais da profissão: “O modelo de computador que usamos não oferece necessariamente qualquer relação com a realidade.”
Mas a verdadeira questão é: por que tantos motoristas escolhem sentar por horas a fio olhando o pára-choque do carro da frente no trânsito, sem procurar alternativas? É uma manifestação de algum profundo ódio a si mesmo ou são apenas pessoas estúpidas? A resposta é que as pessoas são realmente muito inteligentes, e sua decisão de submeter-se à angústia do trânsito suburbano é uma resposta sofisticada a um conjunto de circunstâncias que são tão perturbadoras quanto o seu resultado. O uso do automóvel é a escolha inteligente para a maioria dos americanos, porque é o que os economistas chamam de um “bem livre”: o consumidor paga apenas uma fração do seu custo real. Os autores Stanley Hart e Alvin Spivak explicaram que:
“Nós aprendemos no primeiro ano de economia o que acontece quando os produtos ou serviços tornam-se bens ‘gratuitos’. O mercado funciona caoticamente, a demanda vai até o teto. Na maioria das cidades americanas, lugares de estacionamento, ruas e rodovias são bens gratuitos. Serviços do governo local para o motorista e para o setor de transporte rodoviário – engenharia de tráfego, controle de tráfego, semáforos, polícia e proteção contra incêndios, reparo e manutenção de ruas – são todos bens gratuitos.”
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fontes:  http://vadebici.wordpress.com/2013/02/16/por-que-a-construcao-de-mais-ruas-nao-alivia-os-congestionamentos/

http://bicycleuniverse.info/transpo/planning.html#futility

http://bicycleuniverse.info/transpo/roadbuilding-futility.html