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24/08/2010

Abraçando a vida



Existem discussões a respeito da eficácia ou não de campanhas educativas no trânsito. Penso que em boa parte das vezes o que acontece é um grande desperdício de tempo e dinheiro, pois, a complexidade das variáveis envolvidas nas questões de trânsito requer bem mais do que distribuição de folderes e algumas poucas vinculações de propagandas na televisão e no rádio. As soluções de nossos problemas nessa área, passam necessariamente, pela adoção de medidas simultâneas e permanentes em vários pontos como, por exemplo: Sistema coercitivo (leis e fiscalização), Sistema educacional (formação de condutores e população em geral) e Sistema econômico-social (mudança de cultura comportamental e de consumo).
Mas no caso em questão (campanhas educativas) outro problema, talvez mais importante ainda, é que essas ações de publicidade, via de regra, não conseguem estabelecer nenhum tipo de comunicação eficaz com a população. As pessoas não são 'tocadas' pelas mensagens que: Ou têm um caráter moralista e coercitivo (não faça isso, não faça aquilo...); Ou simplesmente reforçam aquilo que todos já sabem (não exceda a velocidade, respeite os pedestres, etc.).
Informar nunca é demais, porém, é necessário saber 'tocar o outro com a mensagem desejada, sem isso não há comunicação.
Um exemplo positivo do que digo é o trabalho realizado pela Sussex Safer Roads (SSR), organização inglesa empenhada em propiciar um trânsito seguro, levando em conta a ação integrada entre fiscalizar, gerenciar adequadamente o sistema viário e educar constantemente a toda população. Abaixo deixo o link de um vídeo que avalio como digno de prêmio pela sua criatividade. A SSR prova que é possível ser bem sucedido em uma ação de informação e educação de trânsito, olhem, é uma mensagem preciosa.

20/08/2010

Os 'apaixonados' por carros e o quadrado



Tem aquela musiquinha pueril que diz: "...cada um no seu quadrado", já ouviram? Tenho certeza que sim, mas o fato é que muitas vezes o 'nosso quadrado' se expande tanto que acaba por se tornar um um verdadeiro latifúndo. Viver em sociedade é conseguir colocar em 'um quadrado' nossos interesses, valores, ideologias, ambições e frustrações. Viver em sociedade é saber que existem outros "quadrados". Interpretando para o trânsito: Cada indivíduio na sua, mas respeitando o espaço do outro. Meu pensamento é simples: respeito para poder ser respeitado.

Agora, nada impede que críticas venham a ser feitas. Um exemplo que sempre citei em aula é o fato de que muitas pessoas têm paixão por carros. A mídia explora bem isso, vende e até cria slogans; " Apaixonados por carros, como todo brasileiro..." Ora, sou brasileiro, porém, nenhum pouco apaixonado por carros...
Mas tudo bem, no meu 'quadrado' algumas coisas têm mais importância que outras. A vida em primeiro lugar, por conseguinte, uma máquina não pode receber mais importância que as pessoas. Paixão, segundo o dicionário* é algo levado a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e a razão (penso logo na imagem do cara aí de cima**).

O sujeito apaixonado não está em sua razão, está 'fora da casinha'. E quando uma pessoa se diz apaixonada por um pedaço de metal, convenhamos, temos que concordar que a lucidez passou por ali e foi embora...
Nesse sentido, podemos entender melhor o porquê de tantas loucuras em nossas ruas. Pessoas matam e morrem pelos seus carros. Pequenos arranhões na lataria são encarados como ofensas imperdoáveis! Mas como somos 'brasileiros apaixonados por carros' tudo isso é compreensível, não é?
É preciso pensar e ter em mente que um hobby (gostar de carros), não pode ser mais importante do que uma vida ou a convivência com o outro.
O mundão louco...








* Novo Dicionário Aurélio.
** Do filme: O Iluminado.

16/08/2010

Transporte Público: A solução possível


Hoje os jornais divulgaram que o nosso país é o quarto mercado mundial em consumo de carros. Muitos festejam com um deslumbramento típico de "novos ricos", é claro que é algo bom uma economia ativa, com empregos e desenvolvimento, porém, é necessário olhar como cuidado essa veloz motorização social. O carro como única forma de transporte para as massas é a melhor receita para um fulminante infarto nas artérias de uma cidade.
O transporte público é a solução. Mas sempre é bom lembrar nossos prezados administradores públicos: Transporte público de QUALIDADE!

09/08/2010

Sem desculpas, por favor!


A minha breve passagem pela fiscalização de trânsito rendeu numerosas histórias (e algumas multas para os infratores...). Em muitas ocasiões cheguei a pedir que me "beliscassem" para ter certeza de que não estava sonhando. Diariamente presenciava inúmeras situações que colocavam em risco a segurança e a vida das pessoas que transitavam pelas vias . Mas das inúmeras infrações que constatava, ver crianças soltas e desprotegidas nos veículos, sempre foi o que mais me causava indignação.

O transporte irresponsável de crianças é uma daquelas situações que com atitudes simples poderíamos proteger, com grande eficácia, essas 'pessoinhas' que tanto amamos. Nas vezes que abordei condutores nessa situação, as desculpas foram sempre as mesmas: "...Mas eu não corro; Ela (a criança) não quer usar; Me esqueci!"

A campanha* acima é clara: Chega de desculpas! A segurança dos pequenos é responsabilidade de todos, por isso, reclame, faça cara feia ao ver um (i)responsável levar uma criança sem o cinto de segurança, no colo, no banco da frente de um carro ou em pé, sobre os bancos. Chega de desculpas, como diz na foto acima: AS DESCULPAS ACABAM QUANDO UM CARRO CHOCA-SE NO SEU!
*Fonte dos folders: http://www.carseat.org/