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20/08/2010

Os 'apaixonados' por carros e o quadrado



Tem aquela musiquinha pueril que diz: "...cada um no seu quadrado", já ouviram? Tenho certeza que sim, mas o fato é que muitas vezes o 'nosso quadrado' se expande tanto que acaba por se tornar um um verdadeiro latifúndo. Viver em sociedade é conseguir colocar em 'um quadrado' nossos interesses, valores, ideologias, ambições e frustrações. Viver em sociedade é saber que existem outros "quadrados". Interpretando para o trânsito: Cada indivíduio na sua, mas respeitando o espaço do outro. Meu pensamento é simples: respeito para poder ser respeitado.

Agora, nada impede que críticas venham a ser feitas. Um exemplo que sempre citei em aula é o fato de que muitas pessoas têm paixão por carros. A mídia explora bem isso, vende e até cria slogans; " Apaixonados por carros, como todo brasileiro..." Ora, sou brasileiro, porém, nenhum pouco apaixonado por carros...
Mas tudo bem, no meu 'quadrado' algumas coisas têm mais importância que outras. A vida em primeiro lugar, por conseguinte, uma máquina não pode receber mais importância que as pessoas. Paixão, segundo o dicionário* é algo levado a um alto grau de intensidade, sobrepondo-se à lucidez e a razão (penso logo na imagem do cara aí de cima**).

O sujeito apaixonado não está em sua razão, está 'fora da casinha'. E quando uma pessoa se diz apaixonada por um pedaço de metal, convenhamos, temos que concordar que a lucidez passou por ali e foi embora...
Nesse sentido, podemos entender melhor o porquê de tantas loucuras em nossas ruas. Pessoas matam e morrem pelos seus carros. Pequenos arranhões na lataria são encarados como ofensas imperdoáveis! Mas como somos 'brasileiros apaixonados por carros' tudo isso é compreensível, não é?
É preciso pensar e ter em mente que um hobby (gostar de carros), não pode ser mais importante do que uma vida ou a convivência com o outro.
O mundão louco...








* Novo Dicionário Aurélio.
** Do filme: O Iluminado.