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27/09/2012

Dane-se a fluidez!

  A frase que ouvi foi do Engenheiro de Trânsito Horácio Augusto, vice presidente da Associação Brasileira de Pedestres. Vindo de um Engenheiro de Trânsito essa frase tem um efeito ainda maior. DANE-SE a fluidez! Em primeiro lugar deve estar a segurança de pedestres e outros usuários menos protegidos em nossas vias. Vai ser lançado em breve um filme que trata de uma de nossas maiores vergonhas nacionais, o caos no sistema de circulação nacional. O filme em questão chama-se Luto em Luta.



26/09/2012

A 'mágica'.

Sim, parece mágica! (mas não é)

Mas, como penso que boa parte de vocês já é bem grandinho, vou lembrar que mágica não existe, nem publicidade inocente. O que existe é,  no máximo, um bom truque. O truque, quando não descoberto,  ganha o nome de mágica.
Dito isso, vou direto ao assunto, o tempo passa mas os argumentos para vender carros não mudam. Vender o status da máquina é poderoso, esse embuste os publicitários sabem bem nos aplicar. O problema é que as pessoas continuam acreditando nesse truque (ou mágica para os ingênuos) que um carro irá te fazer "RESPEITÁVEL", haushaushaushaus.
Compre um carro e, como que por 'mágica' você será mais bonito, forte, potente, machão, menos frustrado, etc..

Lembro que o grande temor dos "mágicos" (da publicidade inclusive) é aparecer um Mister M e dedurar seus truques para todos, o que faria que parecessem mentirosos charlatões patéticos. Alguns 'mágicos sinceros' já se autodenominam  ilusionistas. Acho mais justo: ILUSIONISTAS. Pelo menos são sinceros, avisam desde logo que sua missão é nos iludir, acreditar neles é opção de cada ser.
Aqui fica mais uma sugestão,  no final das propagandas de carros deveria vir a seguinte mensagem: 

Atenção consumidor, essa propaganda foi feita por excelentes ILUSIONISTAS!




06/09/2012

Ciclo Falsas??

    Reproduzo aqui, um texto que está postado no Blog Vá de Bici, que problematiza um tema  recorrente nos últimos tempos: A necessidade de construção de cilcovias/faixas e a resistência dos poderes públicos em fazer as mesmas e de forma adequada. Em época eleitoral a discussão é mais do que apropriada! Boa leitura.

A guetização dos ciclistas de Porto Alegre

  Texto de Daniel Cunha:

As obras de engenharia e de arquitetura, mais do que estruturas e construções, sempre deixam as marcas de sua intenção em seu resultado final. O caso da estrutura cicloviária de Porto Alegre oferece um claro exemplo disso. Tomemos a ciclovia da avenida Ipiranga. Ela foi construída fora do leito da pista, sobre o talude que margeia o Arroio Dilúvio. Por isso, há  obstáculos na pista, como postes de energia elétrica, que causam estrangulamentos na faixa de circulação. Ela está localizada embaixo de fios elétricos de alta tensão. Há cercas de ambos os lados da ciclovia, que a isolam e dificultam o acesso. Por fim, conforme prevê o projeto, será necessário trocar de lado na avenida cinco vezes ao longo do trajeto. Em termos de trânsito de bicicletas, seria difícil imaginar algo pior do que isso. De fato, o que se materializa neste projeto é a clara intenção, não de facilitar o tráfego de ciclistas, mas de afastá-los do leito da pista para que os automóveis possam trafegar sem precisar compartilhá-la. A bicicleta é claramente tratada como um problema, um incômodo a ser “gerenciado” e apartado. Em suma, um verdadeiro gueto para confinar os párias que ousam fugir à norma do transporte individual motorizado-poluidor.
Analisemos agora as novas ciclovias cuja concepção inicial de projeto foi apresentada recentemente em reunião com a comunidade na Cidade Baixa. Na Loureiro da Silva, propõe-se construí-la junto ao canteiro central, justamente o local de pior acesso, que isola os ciclistas. Na José do Patrocínio, propõe-se uma ciclovia bidirecional, o que aumenta muito o risco de acidentes, além de provavelmente restringir o espaço potencial para bicicleta. Na Érico Veríssimo, a proposta é fazer a ciclovia sobre o canteiro central, embretada em meio às árvores. Mais uma vez, a bicicleta é tratada como um problema a ser gerenciado, os ciclistas são espremidos e jogados sobre terrenos improváveis, para que os veículos motorizados possam se deslocar sem ser importunados em seu sagrado deslocamento. As soluções óbvias – ciclovia na margem da pista na Loureiro da Silva, duas ciclovas unidirecionais na José do Patrocínio e na Lima e Silva e ciclofaixa no leito da pista na Érico Veríssimo – não são cogitadas.
Conforme o arquiteto que apresentou as propostas da prefeitura, é preciso haver “tolerância” para com o trânsito de bicicletas. Trata-se de discurso que apenas confirma o processo de guetização dos ciclistas. Ou alguém imagina que o movimento feminista reivindica que as mulheres sejam “toleradas” pelos homens? Ou que os movimentos antirracistas demandem que os negros sejam “tolerados” pelos brancos? “Tolerância” pressupõe a reprovação. De fato, as ciclovias construídas e projetadas pela prefeitura são monumentos à “tolerância”: toleramos os ciclitas, desde que estejam fora do nosso caminho, apartados do espaço onde circulamos, espremidos em guetos. Elas são o registro físico, na forma de obras de engenharia, da opção política incondicional da prefeitura de Porto Alegre: a prioridade absoluta e intocável da circulação de automóveis – a mais insustentável forma de transporte urbano – sobre as demais formas de locomoção. Enquanto esta política não for modificada, não haverá uma única ciclovia decente nesta cidade.
O que os ciclistas de Porto Alegre querem não é “tolerância”. Não queremos ser “tolerados” pelo prefeito, pelo presidente da EPTC ou pelos motoristas. Não queremos pedalar em guetos que eles chamam de “ciclovias”. O que queremos é respeito e dignidade.


Fonte: blog Vá de Bici, capturado em 06/09/2012. texto autor: Daniel Cunha.

05/09/2012

Enquanto isso, na França...

 Enquanto isso, na França, Bertrand Delanoë, prefeito de Paris diz para que quiser ouvir que: “O fato é que o automóvel não tem mais lugar nas grandes cidades do nosso tempo.” 

Bertand remodela espaços tradicionais de Paris, onde o carro era o único favorecido e demonstra que o espaço público deve ser realmente público, dando voz a pedestres, ciclistas e ao transporte público. Aqui no Brasil, timidamente discutimos se é possível espremer em nossas vias algumas ciclofalsas ciclofaixas... No caso de Paris, não é só uma questão de retirar os carros e proporcionar um ar mais limpo para a cidade. Trata-se de transformar os cais em verdadeiros bulevares para pedestres, com a instalação de estruturas definitivas ou provisórias destinadas a atividades econômicas, à cultura, ao esporte e ao lazer.