Pesquisar este blog

21/05/2013

Debate atrasado, demasiadamente atrasado...

Inseguros a qualquer velocidade! Carros no brasil (minúsculo mesmo!) são armadilhas.
Para variar, aqui no país da Copa, estamos começando um debate que está atrasado, no mínimo, uns 50 anos! Ralph Nader, nos anos 60, denunciou que nos EUA os veículos eram: "Unsafe at Any Speed", ou seja: Inseguros a qualquer velocidade. A denúncia sobre o descaso da indústria com relação às mortes e traumas que os carros estavam gerando causou enorme impacto na forma de pensar a segurança automobilística pelas indústrias. As megamontadoras foram obrigadas a conjugar lucro e segurança desde então. Mas aqui, no país da Copa e da Olimpíada o lucro fala mais alto. Aqui, a vida não tem valor, ou melhor, vale bem menos que a vida de um americano, ou europeu... Veja o que diz aLatin ncap: " um airbag custa míseros 50 dólares para ser produzido, ou seja, sua vida vale no máximo US$49,99". E mesmo assim esse equipamento não é adotado em toda a frota nacional. A indústria está se lixando e o governo desde muito tempo já sabe que nossos carros são carroças (Collor que o diga). No entanto, nada foi feito com a intensidade que se deve. Até mesmo um bom carro, como o Toyota Corolla vendido na Europa NÃO é mesmo vendido no Brasil! Os resultados dos testes de segurança são diferentes.
O europeu obteve 5 estrelas para adulto (incluindo os testes que não são feitos aqui) e 4 para criança, diferente do daqui com 4 estrelas adulto e UMA para criança. Triste, muito triste não é verdade?
Mais em: http://gearheadbanger.com/2012/01/03/inseguro-a-qualquer-velocidade-nossa-seguranca-parou-no-tempo/


10/05/2013

A resposta.

  Certa vez, em sala de aula, um aluno defendeu com grande ênfase que a resposta para o nosso trânsito estressante e congestionado seria simples: Bastava usarmos motos, as motos por serem pequenas e ágeis não contribuiriam para "trancar" nossas vias. A resposta para nossos problemas, segundo esse aluno, era a adoção da moto em massa pela população - simples assim-.
Congestionamento em Tapei.
   O problema, disse para a turma, não era especificamente a adoção da moto, mas o modelo de trânsito que estava presente nessa ideia. Li, já não lembro onde, que 'problemas coletivos requerem soluções coletivas', dessa forma, buscar socorro nas motos quando os carros de passeio já não conseguem mais transitar livremente é seguir a mesma fórmula já largamente aplicada e, consequentemente, chegar as mesmas respostas de sempre.

    O fato é que não existem soluções mágicas ou definitivas para os impasses (ou conflitos) provenientes dos desejos de locomoção das pessoas. É provável que ainda precisemos ver piorar muito a qualidade de nossa mobilidade para então nos darmos conta de que é necessário alterar perspectivas e mudar o modelo. Caso fosse médico, diaria que o remédio que usamos a décadas para uma doença já não resolve mais. Na verdade o remédio tornou-se veneno e está ajudando a acelerar a morte do paciente.
   Felizmente, ao final de nosso curso,  esse aluno 'repensou' sua posição com relação às motocicletas. Ele viu que em termos de mobilidade, A Solução (singular) não existe. Não foi o carro o salvador, não será a moto, a bicicleta ou a nave/carro dos Jetsons. Somos seres com interesses e necessidades muito amplas, pensar nossa mobilidade deve levar em conta isso, portanto digo que não existe UMA resposta, mas sim múltiplas opções, todas elas possíveis.   

08/05/2013

Quem sofre com a violência no trânsito?

A ONU, estabeleceu a década pela segurança no trânsito (2011-2020) como forma de concentrar esforços e mudar a situação trágica do trânsito no mundo. Um desafio enorme, principalmente em países como o nosso, mas que pode ser atingido, muitos lugares no mundo já provaram que isso é possível. Em nosso país, várias ações estão sendo desenvolvidas para atingir as metas propostas. O Detran/RS criou um blog para divulgar as notícias e ações que estão sendo realizadas. Leis estão sendo repensadas, maiores punições (rachas, alcoolemia, etc) vêm sendo propostas, enfim, parece estar ocorrendo uma alteração na perspectiva brasileira a respeito dos acidentes (que sabemos não serem realmente acidentes na maior parte dos casos).
Defendo a tempos que a mudança de comportamento é mais eficaz que qualquer lei, mas também entendo que leis são importantes para desencadear essas mudanças, então que sejam aperfeiçoadas no sentido de preservação de vidas. O relatório da ONU, sobre segurança no trânsito 2013 (Global status report on road safety 2013) demonstra, entre várias informações, que os mais afetados (respondendo a pergunta do título) pelas mortes e lesões no trânsito no mundo, são os mais pobres (países pobres e classes sociais menos favorecidas), os mais fracos (crianças e idosos) e os menos protegidos (pedestres, ciclistas e veículos de menor porte).
O Brasil, por estar integrado a essas ações da década pela segurança no trânsito, começa a fazer a sua parte (lento, como de costume, mas...).
O que acontece aqui em nosso país, acontece também ocorre em larga escala em muitas partes do mundo, a ONU projeta aproximadamente 1.240.000 mortos por ano em todo o planeta.  Dessas mortes, 90% ocorrem em países pobres ou em desenvolvimento!