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29/11/2018

Compadecer, uma bela palavra.

                                        "Compadecer, essa palavra me veio à cabeça." 
Resultado de imagem para joão Grilo + compadecida
  Lembrando da peça teatral*, o Auto da Compadecida (obra-prima da cultura brasileira), revivi o trecho  no qual a Compadecida intercede pelo "desgraçado" João Grilo.  Uma cena tocante, pois retrata a atenção, o cuidado, a empatia pelo outro. No caso, Nossa Senhora advoga pela salvação do trambiqueiro, filho da miséria e do descaso de todos.  João é o retrato da miséria de um povo.
Resultado de imagem para compadecer   Nessa bela história, aprendi que o desprendimento e a coragem de alguém ao se "compadecer" com a dor alheia é algo sublime. Ao escolhermos afastar o egoísmo demonstramos nossa maturidade emocional.  Nesse sentido, penso que ser solidário é demonstrar saúde emocional.  Em nosso cotidiano esquecemos, ou fechamos os olhos para o outro, somos uma sociedade do egoísmo e do esquecimento do outro.  Muitas vezes nas cidades não dizemos se quer um bom dia! Não paramos em faixas de travessia de pedestres quando dirigimos nossos carros, não seguramos a porta do elevador para aqueles que se aproximam, não pedimos licença, não falamos obrigado para quem nos serve. Em geral não praticamos a empatia - somos uma sociedade antipática.
   Por isso o compadecer me pareceu um ato tão nobre. Não tem nada haver com defender os erros alheios ou defender malfeitores e criminosos. Compadecer é  padecer junto, é ser solidário com a dor alheia, é tornar um pouco menos pesada a carga que pesa nos ombros do seu semelhante. É realizar o esforço de entender os motivos,  procurar causas e efeitos. Entender.
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   Por ser o oposto do egoísmo e da indiferença compreendi o motivo pelo qual me encantei com essa palavra. Ela reflete algo que acredito: compadecer é ser (realmente) humano.



Bela palavra e belo sentimento que ela compreende.






(e filme de Ariano Suassuna)