Certa
vez, em sala de aula, um aluno defendeu com grande ênfase que a
resposta para o nosso trânsito estressante e congestionado seria
simples: Bastava usarmos motos, as motos por serem pequenas e ágeis
não contribuiriam para "trancar" nossas vias. A resposta
para nossos problemas, segundo esse aluno, era a adoção da moto em
massa pela população - simples assim-.
Congestionamento em Tapei. |
O problema, disse para
a turma, não era especificamente a adoção da moto, mas o
modelo de trânsito que estava presente nessa ideia. Li, já
não lembro onde, que 'problemas coletivos requerem soluções
coletivas', dessa forma, buscar socorro nas motos quando os carros de
passeio já não conseguem mais transitar livremente é seguir a
mesma fórmula já largamente aplicada e, consequentemente, chegar as
mesmas respostas de sempre.
O fato é que não
existem soluções mágicas ou definitivas para os impasses (ou
conflitos) provenientes dos desejos de locomoção das pessoas. É
provável que ainda precisemos ver piorar muito a qualidade de nossa
mobilidade para então nos darmos conta de que é necessário alterar
perspectivas e mudar o modelo. Caso fosse médico, diaria que o
remédio que usamos a décadas para uma doença já não resolve
mais. Na verdade o remédio tornou-se veneno e está ajudando a
acelerar a morte do paciente.
Felizmente, ao final de
nosso curso, esse aluno 'repensou' sua posição com relação
às motocicletas. Ele viu que em termos de mobilidade, A Solução
(singular) não existe. Não foi o carro o salvador, não será a
moto, a bicicleta ou a nave/carro dos Jetsons.
Somos seres com interesses e necessidades muito amplas, pensar nossa
mobilidade deve levar em conta isso, portanto digo que não existe
UMA resposta, mas sim múltiplas opções, todas elas possíveis.