Transgressão urbana inteligente, coisa rara por esses lados! Saudades do tempo em que pelo menos as pichações eram de protesto...
O espaço urbano, ao ser usado como espaço de expressão de ideias e sentimentos transforma-se em um palco. A 'artistagem' transgressora
dos que se apropriam desse espaço é como uma granada que explode,
lançando estilhaços para todos os lados, não escolhendo seus alvos e não
tendo dó de suas 'vitimas'! Porém, o que se nota hoje é o desarmamento
de mentes. Mentes atordoadas, mentes mansas e conformadas (muuuuu).
Há algum tempo, estudantes¹ resolveram gritar (e não mugir, hehehe)
com a sociedade do automóvel e da poluição em Porto Alegre.
Inicialmente foram algemados e tratados como vândalos, após vistos como
'desajustados' sem mais o que fazer... Esses estudantes foram ousados e,
em seu surto artístico, ousaram mostrar aquilo que todos já não viam
mais. Foi um protesto, mas também foi uma obra de arte, palmas para
eles.
Não vou entrar no mérito de qualidade, mas sim na possibilidade de comunicação transgressora e crítica no espaço de uma cidade que massifica e tende a homogenização coletiva. Transgredir na busca de novas perguntas é o oxigênio de uma sociedade viva.
Não vou entrar no mérito de qualidade, mas sim na possibilidade de comunicação transgressora e crítica no espaço de uma cidade que massifica e tende a homogenização coletiva. Transgredir na busca de novas perguntas é o oxigênio de uma sociedade viva.
Banksy (artista
urbano inglês) com certeza influenciou em algum momento os jovens
artistas de Porto Alegre que ousaram limpar a sujeira do túnel com
palavras de alerta. Agora a cidade se enche de vacas pelas ruas, tá é legalzinho, é arte e arte não precisa ter um fim, um objetivo por que ela (a Arte) já é um fim em si mesma e blá-blá-blá.
Mas confesso, tenho saudade das pichações de protesto...