Ator morre "acidente" |
Quando ocorre só nos resta lamentar, chorar, aceitar e resignar-se.
É a submissão paciente aos
sofrimentos da vida... O inevitável é assim, lógico, definitivo e
impositivo.
Em nossa organização socioeconômica,
a adoção de determinados valores éticos (e os seus desdobramentos
morais) nos leva a resultados, no mínimo, tristes.
Consumir é o motor da economia. Consumir
irracionalmente e com uma intensidade cada vez maior é o valor
cultural introjetado em todas camadas sociais e que gera resultados
já bem conhecidos, poderia dizer: inevitáveis.
No que tange ao trânsito, poderia citar o
'amor' aos carros (para aqueles que podem realmente colocar no mesmo
cesto seres vivos e inanimados como objeto de amor?!) que faz com que
pessoas gastem fortunas em compras desnecessárias (será que
realmente é preciso trocar
de carro todo o ano, ter motores super potentes para realizar
pequenos deslocamentos urbanos, etc) para as suas vidas
(mas extremamente necessárias para o fomento ao consumo).
Mais complicado ainda é o fato de associar
ao consumo determinado comportamento. Ora, todo
bom capitalista que se preze (sic), sabe que tempo é dinheiro, logo
quanto mais rápido, mais dinheiro. Quem é rápido faz mais
grana, tem mais sucesso, pode consumir mais e mais.
O consumo irracional e acrítico de produtos
(e seu valores) traz consigo também consequências.
Carros que são vendidos por atributos de velocidade e potência,
brinquedos, desenhos, músicas, filmes e inúmeros outros exemplos, nos revelam
que um trânsito violento não é algo inesperado. A associação de
valores como velocidade e trânsito gera todo ano (em todo o
mundo) milhares de mortos e feridos (outros fatores também contribuem, mas a cultura consumista e irresponsável da velocidade tem grande parte nesse problema).
Um processo de formação crítica do indivíduo
(educação em casa e na escola) e um Estado que preserve a vida dos
cidadãos (dando prioridade à vida e não aos carros e o consumo) é o caminho
para fugirmos do inevitável.
Tornar o inevitável em EVITÁVEL é o que nos
torna melhores. Esse paradoxo é possivel. Quando sabemos dos riscos e resultados de determinado
comportamento, será a nossa escolha que determinará se queremos rir
ou lamentar.
Porche estava 160 Km/h |